segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Planeta dos Macacos

Uma coisa interessante no novo “O Planeta dos Macacos - A Origem” é que em determinado momento do filme você se pega torcendo pelos macacos, ou seja, torcendo contra os humanos.Chega certa hora da película que você começa a torcer por Cesar, um dos personagens principais do filme (que é um macaco).

Isso ocorre porque Cesar é um macaco camarada. Ele é brincalhão, ajuda o mocinho a conquistar a mocinha e é preso por defender um amigo doente. Apesar de ser muito agressivo (características comum de um chimpanzé), é um “boa praça”. Isso faz com que surja uma empatia com o macaco que em certo momento da história se revolta contra os maus tratos.

Conseguir identificar no outro algo que você tenha em comum, ajuda, e muito, a se colocar no lugar dele e entender o que ele sente. Quando um filme faz com que você sinta empatia pelo personagem ele acaba fazendo com que você fique triste ou feliz junto com esse personagem. Já no contrário, quando você não sente empatia pelos personagens, você pode gostar muito do filme, mas não vai compartilhar os sentimentos junto com o mocinho da história.

Reconhecer o outro como semelhante, uma pessoa (ou macaco, no caso do Cesar) que compartilha de sentimentos e emoções parecidas com as suas, é fundamental não apenas para torcermos pelo herói do filme, mas também para termos solidariedade com o próximo.

Se um Blockbuster pode nos fazer sentir empatia e consequentemente solidariedade com um macaco, talvez não seja difícil sentir o mesmo por indivíduos da nossa própria espécie, que se diferenciam apenas por não terem acesso ao consumo dos bens na mesma proporção que a gente. Ou talvez não, talvez um Blockbuster seja mais fácil de aceitar...