quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Lições da Crise

Vez ou outra surge um anuncio novo do fim do mundo. O ultimo foi o risco de calote das dividas americanas. Os republicanos não queriam de jeito nenhum aprovar o aumento do teto da divida americana e só aceitaram fazer um “acordo” depois que o Obama engoliu todas as suas reivindicações.

Alias, como explica PAUL KRUGMAN, colunista do NY Times (clique aqui para ler), já é de algum tempo que Obama aceita tudo que os republicanos querem. Chega a ser piada, imagine um dialogo entre eles:


“Vamos desonerar as camadas mais pobres e taxar os americanos mais ricos”, diz o Obama todo empolgado.

O Tea Party responde: “NÃO!! Seu comunista"

“Tudo bem, a gente faz o contrario" fala Obama, baixando a cabeça...

Ao mesmo tempo,na Europa, o FMI ensina a Grécia que para sair da crise o governo deve usar toda a grana possível para salvar as instituições financeiras e cortar gastos com tudo que é dispensável: educação, saúde, salário dos servidores, aposentadoria, etc ...

Se tem algo a ser aprendido com os governos da Europa, e agora com o dos EUA, é que não da para salvar as instituições financeiras em colapso e manter um “Estado de bem estar social” (Welfare State). A Europa fez sua escolha e colocou uma quantidade obscena de dinheiro para salvar bancos em 2008, agora faz seus cortes no orçamento.

Nesse ponto feliz é o Brasil, que não precisou escolher. Afinal aqui nunca existiu um estado de bem estar social!

Uma das poucas intrigas que tivemos decorrentes da crise foi uma briga do governo com o ex-presidente da Vale. Depois de pegar uma grana no BNDS, a Vale, contrariando Lula, demitiu mais de 1000 funcionários durante o auge da crise, no final de 2008. Isso exatamente quando "O Cara" anunciava que a crise no Brasil seria apenas uma "marolinha". Lula guardou rancor e fez pressão ate derrubar o presidente da empresa, anos depois. Agnelli foi muito defendido pela mídia brasileira, já que em suas mãos a Vale deve ter sido a única mineradora do mundo a fazer propaganda na TV. Mas isso é outra história ...